
Série “Poemacidade”. Intervenção urbana/Vídeo. Obra doada ao acervo do Museu da Língua Brasileira

O vídeo arte está no acervo do Museu da Língua Portuguesa
Bala perdida/Caso Isolado
Nesta obra, proponho um olhar sensível e crítico sobre a banalização da violência cotidiana. A imagem apresenta, em primeiro plano, um boneco de plástico — representação genérica da figura policial — apontando uma arma. Ao fundo, desfocado, frágil, meu próprio corpo encena um gesto de rendição, queda ou ferimento, como quem foi atingido por um disparo invisível. A distância entre o brinquedo e o corpo revela a desproporção entre quem aperta o gatilho e quem sofre o impacto. A estética da fotografia brinca com o absurdo: um boneco de plástico é capaz de causar um dano real, irreversível, humano?
Quero, com este trabalho, falar sobre a violência aleatória das chamadas "balas perdidas" e sobre como esses casos, tratados como "isolados" , se acumulam no corpo social. A imagem propõe uma pausa, um incômodo, um convite para enxergar que por trás de cada estatística há corpos, vidas e histórias que não podem ser apagadas.
Um trabalho de força contida que traz contraste entre o brinquedo e a realidade, com ironia, do que para quem atira, parece ser uma DIVERÇÃO. Numa razão invertida. Tensão de humor e incômodo.
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